Corpo Oferenda, Tela Testemunha
Tammy Ben
Um corpo se entrega como oferenda à natureza. No coração da mata, diante de um altar composto por elementos da terra, da água, do fogo e do ar, a performance se manifesta como rito ancestral. Argila, fumaça, folhas e gestos transformam-se em marcas visíveis de uma reza dançada, onde cada movimento é invocação e entrega.
A câmera, em sua presença atenta, não dirige: testemunha. Testemunha o sopro, o silêncio, a pintura sobre a pele, os pés na terra, a dança que nasce do encontro entre corpo e território.
Corpo Oferenda, Tela Testemunha é um gesto de reverência às ancestralidades africanas e indígenas, de forma sutil e intuitiva, convidando a tela a guardar rastros de uma busca espiritual que pertence a todos: reconectar-se com a terra e com a memória dos que vieram antes.
Ficha técnica
Corpo Oferenda, Tela Testemunha (2025, Bocaina de Minas/MG – Brasil) – Concepção, direção e performance: Tammy Ben | Videodança, locução, edição e finalização: Tammy Ben | Trilha sonora: criada por Tammy Ben com recurso de IA | Formato: Digital (.mp4) | Resolução: 4K (UHD) | Duração: 5’53’’
Mini bio do autor
Tammy Ben é multiartista formada em Belas Artes pela UFRRJ (2022). Sua pesquisa artística transita entre pintura, literatura, música e práticas ancestrais, sempre em diálogo com a natureza e o sagrado. Explora diversas linguagens e técnicas – como óleo, acrílica, materiais reciclados e elementos da terra – compreendendo a arte como caminho de cura e reconexão espiritual.
Já participou de exposições coletivas em instituições como o Forte de Copacabana, o Congresso Internacional de Solos, o Museu de Solos do Brasil e o Departamento de Botânica da UFRRJ, além de exposições marginais independentes. Em 2025, realizou sua primeira exposição individual, Encantos do Eu Sou, no Centro Cultural de Visconde de Mauá (RJ). No mesmo ano, também integrou o projeto Zumbido, do artista João Machado, em parceria com o Mandaçaia Projetos.
Na música, é regente do grupo Maracatu Águas de Oxalá, promovendo vivências de maracatu de baque virado e fortalecendo a troca entre mestres pernambucanos e estudantes da serra da mantiqueira, especialmente nas comunidades de fronteira entre RJ e MG. É também criadora do projeto Aya Uni – Cantos da Alma(2025), dedicado à pesquisa da música medicina, dos rezos e dos cantos ancestrais como força de transformação.
Sua obra e trajetória buscam valorizar as raízes afrodiaspóricas e indígenas, unindo a arte da imagem, da espiritualidade e da consciência ecológica.