


Chroma Kê
Maira Campos
O que viraliza nos atravessa. O que nos atravessa, nos constrói ou nos apaga? Na era dos memes, a imagem se move, se repete, se ressignifica. O riso ecoa, mas também engole. O corpo se converte em um pixel, uma piada, um deslizar de tela. Estamos consumindo ou sendo consumidos?
Chroma Kê? é uma videodança que reflete sobre a cultura da viralização e seus impactos na forma como nos percebemos e nos relacionamos. O Homem Chroma Key é protagonista e espectro. Em um momento, visível; no outro, apagado. Existimos enquanto somos notados? Queremos viralizar ou apenas existir?
A internet nos conecta, mas também nos dispersa. As informações correm, nos inundam, nos formam. Mas paramos para refletir sobre elas? Quantas imagens produzimos para a história e quantas simplesmente desaparecem? O meme, como o corpo, se esgota. Mas o que resta depois do riso?
Entre o humor e a crítica, a dança emerge como um convite à percepção. Um movimento pixelado, um frame de consciência.
Buffering... Estamos prontos para nos ver?
Ficha técnica
Chorma Kê (2025, Brasil) – Direção geral e concepção: Maxmiler Junio | Direção de imagens e roteiro: Maíra Campos | Preparação física e artística: Cristhyan Pimentel | Concepção de figurino: Kristiany Nascimento | Figurino: Matheus Antunes | Trilha sonora: Alysson Rodrigues | Bailarino intérprete-criador: Maxmiler Junio | Captação de imagens: Hanna Mussi e Alysson Rodrigues | Edição de vídeo: Mussi Produções | Intérprete de Libras: Marcos Andrade (Bhemlibras) | Audiodescrição: Nadiana | Duração: 8’28’’
Mini bio do autor
Maíra Campos é uma artista interdisciplinar com uma carreira consolidada na dança e crescente no cinema e audiovisual. Bailarina, coreógrafa, professora de dança, diretora de cinema, roteirista e editora, é graduada em Cinema e Audiovisual e possui uma formação prática e consistente em dança, desenvolvida ao longo de 28 anos de vivências artísticas e estudos especializados. Sua trajetória na dança inclui a participação em companhias renomadas, como a Cia. de Dança Palácio das Artes (CDPA), onde atua desde 2019 como bailarina. Na CDPA, Maíra também integrou o Núcleo de Redes Sociais, ampliando a visibilidade da companhia no ambiente digital, e faz parte do Núcleo de Acervo e Memória, contribuindo para a preservação e a valorização da história da dança. Durante o isolamento social, contribuiu para a concepção e edição de 12 vídeo-danças, um projeto importante de adaptação artística intermídia que explorou a interseção entre movimento e audiovisual em um contexto de distanciamento.
Na área de cinema e audiovisual, Maíra é sócia-fundadora da produtora Filme com Fome, em que atua como diretora e roteirista. Suas produções já alcançaram reconhecimento em festivais nacionais e internacionais, mostrando sua capacidade de explorar temas sensíveis e inovadores. Paralelamente, desde 2020, Maíra integra o projeto “Turning to Birds”, em parceria com a Zikzira Physical Theatre. A primeira produção desse projeto, o curta-metragem “All Gone”, recebeu o prêmio de Melhor Filme Experimental no Festival de Cannes de 2022, reforçando seu interesse em explorar a mescla entre linguagens artísticas.
